No meio de uma enorme planta??o de trigo, Natsu, jovem de longos cabelos vermelhos, veste trapos de camponês. Seus olhos, marcados pela exaust?o, de um longo dia de trabalho, e seu irm?o est?o colhendo trigo a tarde inteira para levar a Pesketa para o festival de outono.
"Natsu, nóis tá o dia inteiro colhendo trigo, eu estou morto de fome", diz o irm?o com clara indigna??o.
"é só colocar o trigo na carro?a, daí nós podemos voltar para a casa, Guisas", responde Natsu com monotonia.
Os irm?os voltam para ysles, uma vila agrícola isolada no nordeste do Império com campos extensos e ventos frios moldam o dia a dia de um povo acostumado ao trabalho duro. Ao chegar na vila, Natsu encontra uma senhora de uns 70 anos, esposa do comerciante local, levando algumas malas para a carruagem.
"Ah, vai para onde, senhora Chi?"
"Estou me mudando para a capital. Me disseram que a seguran?a lá é muito melhor, além de que há mais vagas de emprego lá." Chi pega uma mala e leva até a carruagem.
"Deixa que eu te ajude, você já está muito disposto a carregar tanto peso." Guisas pega quatro malas e coloca na carruagem.
"Veia, seu marido n?o ia levar o trigo para Pesketa?", Guisa com uma cara de dúvida.
"Você poderia fazer esse favor para meu marido?"
"Claro, senhora. Ele sempre fazia umas pipa para mim quando eu era mais novo." Natsu continua caminhando para sua casa com um brilho no olhar.
"Por que você aceitou este servi?o? é necessário."
"Quanto mais longe daquele velho bêbado e estúpido, melhor", esbraveja Natsu.
Ao subir a colina para chegar à casa dos Feriel, uma casa feita de madeira velha com uma varanda de pedras envolta de algumas árvores de nogueira, na entrada da casa, o cheiro da sopa encantada e água dá na boca.
"Hum, nossa m?e, tava varado de fome. O que fez para comer?"
"Olá, filhos. Fiz uma sopa deliciosa."
"Eca, trabalho o dia inteiro e..." Natsu acerta um tapa em seu irm?o.
"Nós vamos comer o que teremos, m?e."
Neste momento, Kirk, o pai da família, chega em casa. Um antigo soldado imperial, herói da Guerra do Norte. Homem de cerca de cinquenta anos, carrega no olhar o peso dos anos de batalhas. Veste roupas gastas e simples, mas traz consigo uma espada de punho branco e bainha preta com detalhes dourados — um traje silencioso de seu passado glorioso.
"Onde você estava o dia inteiro, pai?", Natsu questiona.
"N?o finja que n?o saiba." Kirk puxa um cigarro.
"Dá pra sentir o cheiro do álcool daqui, mas isso n?o importa agora. Preciso de sua espada para amanh?. Vou ir para Pesketa levar o trigo no lugar do marido da senhora Chi."
"Por que você faria isso? O Ben n?o irá mais levar o trigo?" Kirk dá um trago no cigarro.
"Eu vou este fazer favor para eles. Eles foram para a capital."
"Esta espada foi presente do próprio imperador. Ela é o meu bem mais precioso. Acha que você é merecedor dela?"
"Eu n?o fiquei o dia inteiro em um bar. Eu sou muito mais merecedor dela."
"Acabei de terminar de arrumar a mesa. Bora forrar o bucho!" Guisas saem de trás de uma porta com um sorriso irritante.
"N?o estou com fome. Vou dormir."
Na manh? seguinte, Natsu arruma suas coisas para a viagem. Ele tenta sair de casa sem acordar ninguém, mas ao sair de casa avista sua m?e, uma linda senhora de cabelos vermelhos presa em um rabo de cavalo, sentada em uma cadeira na varanda.
"Bom dia, m?e. Acordou cedo hoje?"
"Tinha que me despedir de você, né? T?o crescido o meu garotinho, já tá fazendo viagens sozinho." Aurora fala com tamanha do?ura.
This tale has been unlawfully obtained from Royal Road. If you discover it on Amazon, kindly report it.
"Ai, m?e, assim você me deixa com vergonha."
"Aqui, leve estas por??es para n?o passar fome e, é claro, pegue a espada de seu pai."
"Mas..."
"Ele mandou eu te entregar."
Natsu coloca a espada em sua mochila e sobe na carro?a, partindo para Pesketa.
Ele anda com a carro?a o dia inteiro, parando em uma clareira a uns 300 metros da estrada, montando seu acampamento ali. Come?a a cozinhar as por??es que sua m?e lhe deu, mas sente algo o observando. Neste momento, uma criatura de três metros e seis bra?os sai de trás de uma árvore, investindo diretamente contra Natsu, que, quase sem fato, saca sua espada e corta um dos bra?os da criatura.
"Nossa, que coisa feia. N?o sei quem você é, mas vou te matar!" Ele entra em postura de batalha.
A criatura tenta dar um soco, mas Natsu enfia a espada no peito dela. A criatura o pega pelo pé e o arremessa em uma das árvores com for?a total.
"Cof cof... Droga, quebrei o bra?o..."
Quando Natsu acha que vai morrer, um jovem de cabelo castanho escuro e olhos verdes, com pupilas estranhas e uma roupa de ca?ador, pula dentre as árvores cortando dois bra?os da criatura.
"Faz tempo que n?o vejo um espírito t?o grande. Vamos terminar com isso", afirma o garoto.
A criatura carrega uma esfera enorme de energia para disparar, mas, com um golpe rápido com sua espada, ele fatiou a criatura e várias árvores ao redor.
"Qual seu nome?", o garoto perguntou.
"é Natsu. é o seu?"
"Ryker. Guarde este nome, ele será lembrado por eras. Você está indo para Pesketa? Se sim, poderia me dar uma carona?"
"Sim, estou indo. E obrigado pela ajuda."
"De nada. Você tá bem? Seu bra?o tá todo ferrado." Com clara preocupa??o.
"Amanh?, em Pesketa, cuido disso."
Na manh? seguinte, Natsu acorda com a carro?a em movimento e vê que Ryker está pilotando.
"Ah, você acordou. Chegaremos em Pesketa em 10 minutos. Eu usei uma técnica de cura no seu bra?o. N?o é grande coisa, você ainda vai ter que ir a um médico, mas vai resolver por enquanto."
"Posso fazer uma pergunta? O que era aquela criatura de ontem?"
"Era um espírito irracional. Eles s?o comuns em Metsü."
"Esta espada... ela parece bem diferente das comuns." Natsu pula para o banco da carro?a.
"Ah, esta é uma das lendárias armas sagradas. A espada Junasco."
"Nossa, nunca vi uma delas. Meu pai me contou histórias sobre elas e sobre a guerra do norte." Os olhos de Natsu brilham de entusiasmo.
No horizonte, aparece a cidade de Pesketa. Uma cidade localizada na costa nordeste do Império. Pesketa é uma cidade vibrante, pesqueira e mercantil, cercada por falésias e banhada por águas de tom azul-esverdeado.
"Bem-vindo a Pesketa. Minha casa é aquela." Ryker desce da carro?a. "Depois de vender todo este trigo, se quiser, pode me encontrar na taverna."
"Tá bom. Eu passo lá depois."
Natsu vai para a rua principal vender o trigo. Ele passou a tarde inteira vendendo e, após o longo dia de trabalho, decidiu ir na taverna mencionada por Ryker. Ele chega na taverna e, ao abrir a porta pesada de madeira esculpida com ondas e tentáculos, o cheiro forte de rum, peixe grelhado e madeira úmida invade o nariz. Ele viu Ryker no balc?o.
"E aí, cara. Conseguiu vender tudo?" Ele dá um gole no rum antigo.
"é, foi mais fácil do que eu quero."
"Cê vai ficar mais em Pesketa por mais tempo?"
"Amanh? saio. Tenho que voltar logo para Ysles, sen?o minha m?e irá morrer de preocupa??o."
"Ysles? N?o é a cidade do grande herói Kirk?"
"Sim, ele é meu pai." O tom de desanimo é devastador.
"Pera, pera, pera... Seu pai é um dos três heróis lendários da guerra do norte e você n?o sai falando isso para todo mundo?" Ryker fica com uma mistura de indigna??o com inveja.
"Ele n?o é t?o foda quanto você pensa. Hoje em dia, ele vive bêbado. Herói ele n?o tem nada."
"Nossa, isso estraga um dos meus heróis de infancia. Isso até me desanima para ser um soldado real."
"Exército real? Você sonha alto."
"N?o tem uma profecia que diz que seria o maior guerreiro de Yvestem?"
"Que massa. Tenho que ir, já está tarde e tenho que sair cedo para casa."
"Tchau, Natsu. Vê se tenta n?o ser morto por um espírito irracional desta vez."
Natsu volta para Ysles. O caminho de volta é bem pacato. Ao chegar na vila, ela está muito silenciosa. Natsu estranha — a vila sempre é muito barulhenta: crian?as correndo, pessoas colhendo, lojas...
"Por que está t?o silencioso?", pensa Natsu.
Ao caminhar pela rua principal, o cheiro de sangue fica impossível de n?o sentir. Se impregna nas narinas dele. Ele percebe os pais ensanguentados. Natsu entende o que está acontecendo e sai correndo até sua casa. No caminho, vê diversos cidad?os da vila com furos no peito. Ao chegar na colina, sua casa tem guardas com roupas nobres refor?adas por cordas. Ele avista seu pai morto em pé, com diversas espadas enfiadas em seu corpo. Também há alguns guardas com cranios estourados. Natsu, em desespero, sobe a colina e vislumbra sua m?e lutando contra um homem com vestes imperiais, uma viseira azul, em alta velocidade, e seu irm?o Guisas ferido na porta da casa.
"MORRA!!!" Grita Aurora, criando muitas cordas tentando prender o homem.
"Que desperdício. Você até que era bonita..." Ele enganou o bra?o de Aurora.
Aurora vê Natsu e grita: "NATSU, FOGE COM O GUISAS!"
"Isso que eu preciso: uma brecha."
Aurora é decapitada em um piscar. Natsu pega seu irm?o e come?a a correr.
"Hum, vou dar 10 segundos de vantagem."
Natsu corre o mais rápido que pode, mas n?o é o suficiente. Em poucos segundos, ele toma um golpe na perna, deixando seu irm?o cair no ch?o. Ele come?a a procurar em volta seu irm?o, mas quando percebe, o homem está com ele em suas m?os.
"Você está procurando isso?"
"Por favor, n?o fa?a isso..."
"Hum... n?o." Ele diz em um tom de deboche, quebrando o pesco?o de Guisa logo em seguida.
Natsu desaba em lágrimas. "N?o, n?o, n?o... Isso é um sonho. N?o é real. N?o pode ser real."
Ele se aproxima. "Que dia de bosta que você tá tendo. Eu matei seus pais, amigos, irm?o e destruí sua vila. Mas entenda, n?o foi por nada. Ordens s?o ordens. Mas, falando sério, eu pensei que o grande herói Kirk era mais forte. Foi t?o fácil matá-lo."
"Eu sou fraco... t?o fraco... N?o consegui salvar ninguém. Nem minha m?e, nem o Guisas... nem a mim mesmo naquela floresta. Eu só... fiquei ali, impotente. Por que eu sou assim? Por que sou t?o fraco?"
Algo dentro de Natsu havia quebrado. Sua mente n?o consegue acompanhar o que via. Cada imagem da vila, cada corpo no ch?o, era um golpe contra a raz?o. Ele olhou para o vazio, mas o vazio agora olhou de volta.
O som da cavalaria ecoou pela vila.
Cascos batiam contra a terra com ritmo firme, aproximando-se rápido. Era o tipo de som que anunciava ordem — ou fim. Mas para Natsu, soava apenas como algo distante, atrasado demais.
Tudo que ele amava já estava destruído.
"Droga, parece que demorei muito."
Ele acerta Natsu com um soco bem no centro do peito. Natsu vomita sangue e cai desacordado em sua po?a de sangue