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SEMPRE AQUI

  N?o aceito ser menos do que sou.

  Seu ódio cresceu ao vê-los ao longe. Eles brilhavam de uma forma cegante, quatro formas de luz ao longe. Uma brilhava num azul claro, enquanto duas em branco e uma em verde.

  Bufou contrariado.

  Aqueles anjos o seguiam há alguns dias, e a esperan?a de que se fossem parecia que era apenas isso, uma esperan?a.

  - Se é o que querem... – sussurrou amea?ador, voltando-se definitivamente para encará-los. Como uma ostra se fechou, apenas uma fera espreitando, flutuando no céu polvilhado de finas nuvens.

  - Engana-se, n?o é o que queremos – ouviu como se o ser que proferira a senten?a estivesse ao seu lado.

  Mercator bateu a m?o com for?a ao seu lado, tentando dissipar a voz.

  - O que desejam, ent?o? – falou com extrema rispidez.

  - Apenas estamos curiosos. Temos ouvido estórias de um dem?nio louco sobre as montanhas – ouviu à sua frente.

  - Ora... Anjos guerreiros! – sibilou. – Isso me deixa feliz. Por que n?o se aproximam mais?

  - N?o devemos destruí-lo – ouviu um dos anjos falar, e parece que estavam agora conversando entre si. – Medriel foi bem claro quanto a isso.

  - Ah... Medriel, Medriel mandou... – reconheceu, arrastando a voz consigo com prazer. – O poderoso Medriel. Gostaria de conversar com ele, por três dias – riu com prazer, as pedras nas montanhas logo abaixo despencando para os vales profundos.

  - Ah, sim, você tenta nos provocar usando arcanjo que torturou – ouviu de um deles. – Acredita mesmo que ele era o prisioneiro? Você, Mercator, ganhou um presente, reservado apenas para aqueles que o Trov?o nomeia.

  - Trov?o??? Como ousa proferir esse nome – gritou para as distancias, veias vermelhas irrigando seu corpo. – Ele está morto! Morto, morto!!! Morreu, ao n?o suportar o medo que o tomou quando nos traiu e nos relegou ao esquecimento. Maldito seja o Trov?o e tudo o que ele criou. Malditos sejam vocês, crias nojentas de um miserável – gritou, o eco se espalhando para bem longe.

  - Ele também o criou...

  - E maldito sou! – urrou com toda sua for?a, que fez estremecer as montanhas.

  Sem pensar, descontrolado, tomado de uma ira insana, num átimo se lan?ou contra os anjos, que apenas se desfizeram no ar, num pulso de luz.

  - Você nunca está só – ouviu quando a última centelha de luz se desfez.

  - Malditos, malditos, malditos – gritou enraivecido, descendo com todo seu poder sobre uma colina, na qual foi se afundando, trazendo do fundo da terra lama fervente, que verteu sobre as faces, explodindo num vermelho vivo que a tudo queimava, derretendo toda a neve acumulada por milênios, que em rios se fizeram, descendo com violência as faces íngremes, cavando o ch?o e roendo as bases até expor os ossos e raízes das montanhas. Com um terrível rugido, feito de toda sua dor n?o reconhecida e n?o nominada, avan?ou das profundezas, explodindo com violência acima da montanha que tornara fogo. Uma coluna de fumo denso se elevou com violência, seguindo Mercator que se elevava no céu agora perturbado. A nuvem de fumo e vapor envolveu Mercator por completo, que volvia os olhos para os lados, desesperado para encontrar algum inimigo em quem pudesse se esquecer do que lhe doía, para buscar n?o se lembrar de nenhum resquício de uma saudade de algo n?o identificado que tanta falta lhe fazia.

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  Subitamente os percebeu, e seu ódio aumentou seu animo.

  Com prazer sentiu o impacto, a for?a que o atingia vezes seguidas, empurrando-o cada vez mais contra a montanha.

  Sentiu o frio cercando-o quando afundou dezenas de metros na neve fofa.

  Inspirou com prazer, saboreando cada dor em seu corpo.

  Ent?o, tomado de novo vigor, enrijeceu os músculos e se lan?ou novamente com violência para cima, colhendo Escurid?o de surpresa. A for?a do golpe foi tamanha que Escurid?o foi lan?ado para bem longe. Sem dar tempo para qualquer rea??o fez uma curva fechada e segurou Trevas pelas dobras da nuca. O giro foi estupido, lan?ando Trevas contra o solo branco onde se perdeu.

  Com um movimento brusco escapou do golpe da espada de Escurid?o, colhendo-o na passagem. Girou-o e encarou com prazer seus olhos furiosos. Cravou as garras, vendo com prazer seu corpo se esfuma?ando pelas feridas abertas.

  - Um dem?nio por três dias talvez seja um prêmio. O que acha? – disse no ouvido do outro, a voz roufenha de prazer e demência, cravando a garra onde a capa se unia ao corpo, puxando com verdadeiro prazer. Escurid?o gritou de dor, sentindo que Mercator queria de toda forma arrancar sua capa. A dor crescia de forma absurda, e se remexeu com violência, tentando escapar.

  Tomado de um prazer insano Mercator afastou uma das garras, pronto para desferir um golpe terrível no peito do inimigo quando sentiu dores atrozes por todo seu corpo, que saboreou lentamente como se fosse uma droga.

  Largou Escurid?o já quase desfalecido e rodou violentamente o corpo, procurando se livrar do que quer que o estivesse atacando para ter o prazer de revidar.

  - Trevas, Trevas, Trevas – gritou, sentindo as dolorosas estocadas de algo quente e afiado, vendo a sombra de seu inimigo se mover em velocidade, o que o tornava quase um borr?o. – Vou ter um prazer imenso em te torturar.

  Com ímpeto subiu e desceu, tentando atingir tudo o que podia ao lado, sem muito sucesso em se colocar fora do alcance de Trevas.

  Ent?o viu o vulc?o e, com um giro brutal se lan?ou para dentro dele, se afundando cada vez mais.

  Quando parou nas entranhas vermelhas e ardentes da montanha se viu cercado. Eram dezenas de sombras e mantas que lentamente procuravam se fechar sobre ele.

  E, no meio deles, se aproximava Trevas, os olhos seguindo os mínimos movimentos que fazia.

  - Eu o chamei – ouviu a voz irritada. – Quando eu o chamar, vá. é o que esperamos que fa?a.

  - Só se me disser quem lhe deu poder sobre mim...

  Num arranque colheu três dos maiores mantas, que lan?ou contra Trevas.

  Enquanto se debatiam, surpresos pela for?a da resistência, Mercator se lan?ou para cima, ciente de que Escurid?o deveria estar esperando-o na boca do vulc?o.

  Assim que viu o pequeno círculo de luz do dia, possuído por um ódio insano guinou para a esquerda, explodindo o lado do vulc?o, rapidamente desaparecendo na nuvem de fumo que se levantou.

  - Você ainda acha que devemos aturar o Mercator? – Trevas perguntou com ódio contido para Escurid?o, a voz destilando rancor e frustra??o. – Nosso irm?o está perdido. Maldito arcanjo... – sibilou, se afastando lentamente para o oeste.

  - E se o arcanjo estava sob ordens? – sussurrou Escurid?o flutuando pensativo, os olhos rancorosos perdendo-se no rastro de Mercator.

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